A Função Sensação
Por:Hellen Reis Mourão
A sensação, em
tese, é a nossa função mais primitiva.
Observando um
bebê, nota-se que ele é todo sensação. Ele só quer se alimentar, dormir e ser acalentado.
O som da voz da mãe e o seu cheiro são de extrema importância para ele. Quando
cresce um pouquinho, o bebê quer tocar e levar tudo a boca. Essa é a sua forma
de descobrir o mundo.
Portanto, a
sensação é a primeira função que desenvolvemos. Com ela descobrimos o mundo. É
a função dos cinco sentidos.
Todas as
informações vindas de fora passam necessariamente pelos nossos sentidos. Portanto,
com essa função descobrimos que algo existe.
Isso torna claro
que a sensação constata a presença das coisas que nos cercam. Com ela
descobrimos que algo existe, seja por meio do toque, paladar, visão, olfato ou
audição.
Sem ela não conseguiríamos
nos adaptar à realidade objetiva.
Além disso, ela
á função do prazer, pois com ela é possível a apreciação sensorial das coisas. Sem
essa função não apreciaríamos uma boa comida, uma boa música, um belo quadro.
Conforme Carl
Jung, a sensação é uma função irracional. Ou seja, aqui não há raciocínio, nem
julgamento. E ela forma um par de opostos com a intuição.
Essa função é
que nos permite nos voltar para o aqui e agora. Ela nos dá o senso prático e
realista. Por isso, as pessoas com função sensação principal são conhecidos
como “pé no chão”.
Do ponto de
vista positivo a sensação mantém as coisas funcionando. Representantes dessa
função são sempre especialistas em algo, porque podem passar a vida exercendo a
mesma função. Encontramos aqui os engenheiros, mecânicos, mestres na profissão,
industriais, artesões, colecionador de objetos de arte e comerciantes que alcançam
grandes êxitos em seus campos.
Gostam dos prazeres materiais, de festas
(o famoso “bon vivant”), ou seja, de tudo o que lhes ativam os sentidos. Isso
os torna extremamente requintados e sofisticados.
Como possuem um
senso de realidade muito apurado, lidam de forma eficiente com todos os tipos
de crises e emergências, possuindo grande capacidade de adaptação diante das
exigências do cotidiano, diferentemente do intuitivo que possui uma dificuldade
enorme em lidar com a realidade.
Tanto os
introvertidos, quanto os extrovertidos são extremamente detalhistas. Por isso
conseguem descrever minuciosamente os objetos, levando-os a se tornarem exímios
em tudo o que fazem, pois a repetição e a rotina lhes aprazem.
São também organizados,
pontuais e não esquecem compromissos.
Entretanto nem
tudo são flores na vida do sensitivo.
Como para eles, só
tem sentido o que é material e
concreto,
tudo o que é abstrato e subjetivo é renegado e visto como inferior.
Como vivem no
aqui e agora e só o presente lhes importa, possuem um medo aterrador do futuro.
Novas possibilidades, mudanças não são bem vistas.
Quando muito
unilateral a função sensação pode paralisar o individuo, tornando–o incapaz de
utilizar a imaginação, a criatividade para encontrar novos caminhos. Sua intuição
primitiva e indiferenciada o faz seguir pistas erradas, levando-o a fracassos
retumbantes.
Uma atitude unilateral
de sua consciência reprime a intuição e esta passa a ser projetada, levando o
indivíduo a medos, ciúmes,
obsessões, premonições infundadas sobre doenças e infortúnios,
idéias místicas de baixo nível e superstições. Surge também uma moralidade escrupulosa e ridícula.
Os introvertidos
são tomados por fantasias arquetípicas concernente a acontecimentos futuros sofrem
vertigens o que os levam a ter vertigens. A realidade que antes era bem vista
se torna sombria.
Para finalizar o
tema, é importante entender, que apesar do perigo da unilateralidade, a função
sensação é de extrema importância para a vida.
Sem ela não teríamos
a menor noção da realidade e do prazer. E nenhum projeto, aspiração, idéia e
sonho tomariam forma na realidade. Nunca alcançaríamos nossos objetivos.
Ficaríamos apenas no mundo das idéias e fantasias.
Referências
JUNG, C. G. Tipos Psicológicos. 7. ed.
Petrópolis: Vozes, 1991.
SILVEIRA,
N. Jung: Vida e Obra. 20. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006


Grata por postarem, magnífico!
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