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Mostrando postagens de março, 2014

O Self ou Si-mesmo

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 Por: Hellen Reis Mourão Conforme Carl Jung, o Si-mesmo , ou Self , é uma imagem arquetípica do potencial mais pleno do homem, ou seja, da totalidade. Ele ocupa a posição central da psique como um todo e, portanto, do destino do indivíduo. É mais abrangente que o ego, que a ele encontra-se subordinado. O ego, então está para o Self , assim como a parte está para o todo. É muito difícil definir conceitualmente o Self , mas uma definição mais aproximada, mesmo que limitada, seria a da “divindade interior“, a Imago - Dei que cada indivíduo carrega em seu íntimo. Essa imago, então é capaz de produzir sentimentos maravilhosos de êxtase, mas também o mais assombroso temor e respeito. E essa imagem é comumente projetada em divindades externas, dentro dos sistemas religiosos. Jung foi intensamente criticado por apresentar esse conceito de Self . Foi criticado tanto por religiosos como por médicos cientistas. Os religiosos acusaram-no de tentar deduzir Deus a uma função psico

Valente e o resgate do feminino

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Valente, uma animação produzida pela Pixar é um conto de fadas diferente do padrão. Não há príncipe encantado! No filme a princesa Merida, é criada pela mãe para ser uma perfeita princesa e a sucede-la como rainha. Merida precisa seguir protocolos e etiquetas. Tudo conforme o costume dos antepassados. Ela precisa ser uma dama! Mas Merida prefere caçar com seu arco e flecha e cavalgar pelas florestas selvagens da Escócia. Mas sua mãe tem outros planos, casa-la! Para isso organiza uma competição de forma a escolher seu futuro marido. Nesse instante, se vendo obrigada a casar, recorre à ajuda de uma bruxa. A bruxa então lhe da uma poção no intuito de mudar sua mãe. Mas quando a poção surte efeito, a transformação da rainha não é exatamente a que Merida esperava… E ai caberá à jovem ajudar a sua mãe e a impedir que o reino entre em guerra com os povos vizinhos. Valente é uma metáfora perfeita da redenção do feminino na relação mãe e filha. Merida e a mãe são aspectos compleme

Para que servem os mitos?

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Por: Hellen Reis Mourão Todos os povos antigos possuíam a sua própria mitologia. Cada mitologia demonstra a forma como cada povo pensava a respeito de suas origens e também como imaginavam a estrutura fundamental de sua existência. Revelando a alma de um povo. Conforme Carlos Byington, os mitos nos mostram os caminhos que percorrem a Consciência Coletiva de uma determinada civilização durante a sua formação, e também a delineação do mapa do tesouro cultural através do qual a Consciência Coletiva de um povo pode, a qualquer momento, voltar para realimentar-se e continuar se expandindo. Os mitos nos trazem a percepção das ideias, não são histórias literais. Não se apreende o mito via intelecto, pois o mito fala a linguagem da alma, uma linguagem simbólica. Eles dão formas aos arquétipos, uma vez que eles não podem ser contatados diretamente pela psique, pois no inconsciente coletivo eles não possuem formas definidas. Segundo Joseph Campbell, os mitos