Valente e o resgate do feminino
Valente, uma animação produzida pela Pixar é um conto de fadas diferente do padrão.
Não há príncipe encantado!
No filme a princesa Merida, é criada pela mãe para ser uma perfeita princesa e a sucede-la como rainha.
Merida precisa seguir protocolos e etiquetas. Tudo conforme o costume dos antepassados. Ela precisa ser uma dama! Mas Merida prefere caçar com seu arco e flecha e cavalgar pelas florestas selvagens da Escócia.
Mas sua mãe tem outros planos, casa-la! Para isso organiza uma competição de forma a escolher seu futuro marido. Nesse instante, se vendo obrigada a casar, recorre à ajuda de uma bruxa. A bruxa então lhe da uma poção no intuito de mudar sua mãe.
Mas quando a poção surte efeito, a transformação da rainha não é exatamente a que Merida esperava… E ai caberá à jovem ajudar a sua mãe e a impedir que o reino entre em guerra com os povos vizinhos.
Valente é uma metáfora perfeita da redenção do feminino na relação mãe e filha.
Merida e a mãe são aspectos complementares da mesma psique. A rainha é o feminino que precisa seguir as convenções impostas, com comportamentos ditados pela sociedade e que, provavelmente, foi passado por sua mãe. Merida é o aspecto juvenil cheio de sonhos, que a mãe teve que reprimir. Ela é o aspecto indomável, selvagem que quer se casar por amor.
A rainha, por medo de sua própria sombra, tenta reprimir isso em sua filha. Mas ambas se identificam uma com a outra.
A redenção ocorre quando a menina por meio da mãe terrível simbolizada pela bruxa, mas que também possui um aspecto de velha sábia, lhe oferece o veneno que também cura.
Com a poção rainha conseguiu acessar novamente seu lado selvagem e ctônico, resgatando seus instintos femininos e maternos. E Merida por fim amadurece, se tornando capaz de assumir responsabilidades e de ser uma majestade perfeitamente feliz.
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