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O aspecto espiritual do Animus

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Por: Hellen Reis Mourão      Emma Jung compara esse estágio do Animus ao Deus Odin, senhor dos exércitos de espíritos, descobridor das runas, é um espírito deus-céu. Ele é o senhor do desejo, ele provoca e cria através do desejo.  Essa imagem mitológica, de deus do vento e do espírito, é o aspecto espiritual e divino do Animus. E ele se manifesta na mulher em sonhos e fantasias.       O poder da fantasia não pode ser negado, ele movimenta o desejo, que pode levar a materialização. O perigo é estar presa na imaginação e na ideia de que seu desejo pode mudar a realidade. Por exemplo: quando se quer mudar alguém, através do desejo, ou como fulano ou beltrano deve se comportar, sem o confronto com a realidade.      O perigo está em aceitar a pura imaginação como verdadeira e adotar a realidade correspondente.  Como diz Emma Jung: O animus sabe muito bem como desenvolver uma imagem e torná-Ia crível, de forma que se mostra aquilo que se gostaria de ser, como por exemplo "a amante ideal

Robin Hood e o mito do anti-herói

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  Por: Hellen Reis Mourão Robin Hood é um mítico herói inglês. Resumidamente ele era um ladrão que roubava dos ricos para entregar aos pobres. Segundo sua lenda ele teria vivido no século XIII, na época das Cruzadas, juntamente com o Rei Ricardo Coração de Leão, sendo a ele leal. É comumente dito que Robin existiu de verdade, mas o fato é que se realmente existiu, isso não importa, pois a sua lenda permanece viva e encanta o mundo a séculos, sendo retratada diversas vezes ao cinema, quadrinhos, e televisão. Em Nottingham, cidade no centro de Inglaterra onde se passam as aventuras de Robin, além das estátuas, há as ruas batizadas com o seu nome e um festival anual que lhe é dedicado. E há também o que resta da Floresta de Sherwood, onde é possível encontrar a árvore em redor da qual o bando de Robin se reunia em conselho. Robin Hood ficou retratado no imaginário coletivo como alguém exímio no arco e flecha. Ele vivia na Floresta de Sherwood e tinha como grandes amigos e auxiliares João

Pinocchio e o processo de individuação

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  Por: Hellen Reis Mourão      Com mais uma adaptação para o cinema do conto Pinocchio, gostaria de trazer alguns elementos do conto para vocês. Pinocchio é um conto de fadas italiano, escrito por Carlo Collodi. A história conta que Gepeto, um carpinteiro queria ser pai, e constrói um menino de madeira. Podemos observar nesse início, a criação vinda através da mente. Existe apenas o pai, que cria, a partir de uma ideia. Mas o menino ainda não tem alma, é de madeira. A alma é aquilo que nos torna humanos de fato, e é essa a busca e o anseio do menino. O pai cria sem a figura feminina aqui, que para a psicologia analítica representa a alma. Muitos de nós somos criados sem o contato com nossos instintos, apenas para darmos valor ao mental e racional. Nossas emoções, nosso corpo, e nossa alma, são soterrados, nos deixando igual Pinocchio, um ser de madeira, sem alma. Movidos apenas por ideais e crenças coletivas, que nos amarram, sem questionamentos. Sem alma, sem contato com as emoções, v

Contos de fadas e a separação do pai

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Por: Hellen Reis Mourão Nesse texto gostaria de falar de um tema bastante recorrente em mitos e contos de fadas: o noivo monstro ou animal. Encontramos esse tema em diversos contos como, por exemplos, o famoso, A Bela e a Fera e A andorinha que canta e pula dos irmãos Grimm e o mito de Eros e Psiquê. Neles a heroína acaba sendo prometida a um monstro (ou animal) pelo pai que rouba algo (uma flor do jardim por exemplo) dele. Por amor ao pai a moça aceita seu destino e o monstro se transforma por meio da fidelidade que a moça tem ao seu amor. No mito Eros e Psiquê por exemplo, o pai da moça a leva ao topo da montanha para se casar com um monstro. Eros, apesar de sua beleza é um monstro e ela é proibida de contemplar a sua bela face, seu aspecto positivo e sublime permanece escondido dela. Em A Bela e a Fera a moça só a vê a feiura aparente do marido que foi amaldiçoado por uma bruxa. Ela tem sentimentos ambíguos de nojo e atração ao mesmo tempo. Em algumas variantes de

O amor nos contos de fadas

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O amor nos contos de fadas Por: Hellen Reis Mourão Quem ama ou já amou sabe o quanto isso é difícil. O encontro com o outro é permeado de dificuldades, encantos e desencantos. Nos contos de fadas vemos retratada essa jornada do encontro com o outro, com os dissabores e a luta necessários para o desenvolvimento da personalidade. Nos contos de fadas que culminam em um casamento há sempre uma jornada dolorosa que simboliza o desenvolvimento da personalidade do herói ou heroína. O casamento é sempre uma conquista árdua. No conto a Donzela sem mãos, dos irmãos Grimm, por exemplo, a heroína passa duas vezes pela separação do amado e duas celebrações de casamento. Em Rapunzel, há o encontro com o príncipe e logo uma separação onde ambos precisam viver no deserto até poderem se encontrar novamente. Os contos então parecem mostrar que não dá para encontrar assim de modo imediato o príncipe e logo se casar com ele. Isso contradiz os valores que nossa sociedade preg

Runas e A jornada iniciática

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Por: Hellen Reis Mourão As runas são um sistema de letras utilizado para a escrita na língua germânica. Principalmente na Escandinávia, Ilhas Britânicas e Alemanha (regiões habitadas pelos povos germânicos) do século II ao XI. Os caracteres rúnicos têm sido encontrados gravados em pedras, e em menor número em ossos e peças de madeira, assim como em pergaminhos e placas metálicas . O alfabeto rúnico germânico primitivo tem 24 runas, e era utilizado nas atuais Alemanha, Dinamarca e Suécia. É conhecido como Futhark antigo (devido às suas primeiras seis letras serem 'F', 'U' 'Th', 'A', 'R', e 'K' - ᚠᚢᚦᚨᚱᚴ ). Além de alfabeto, as runas eram utilizadas como sistema de oráculo e para a magia. Isso faz das runas um complexo sistema iniciático, por onde os mistérios eram ensinados. A origem das runas é incerta, se perde no tempo. Mas a origem mitológica dos mistérios rúnicos é descrito no poema “Havamal”, como uma