Considerações sobre a neurose
Estava lendo Mitos de Criação da Marie Louise Von Franz quando me deparo com um trecho que chamou a atenção. Algo já comentado por Carl Jung sobre a neurose e o processo psicoterapêutico. Von Franz observa que nos mitos, quando um mundo novo vai ser criado, é sempre necessário um sacrifício. Alguém morre, ou um deus, ou gigante, ou uma criatura humanóide. A vitima, nesse caso, sempre está ligada a uma condição anterior que deve morrer para que um novo mundo, ou uma nova condição consciente, se apresente. Von Franz ainda salienta que cada passo adiante, visando à construção de mais consciência destrói o equilíbrio vivo em vigor até agora. E é ai que entra uma questão muito delicada: o quão difícil e doloroso é para o ego se separar de uma situação neurótica. Pois de certa forma a neurose gera uma espécie de equilíbrio, uma zona de conforto. O ego se apega a essa situação, pois em sua fantasia, ele enxerga o seu fim. E o ego tem medo do novo, tem medo de perder o co