Sobre a questão da sombra: Ser ou não ser, eis a questão

Por: Hellen Reis Mourão
Tudo aquilo que
não queremos ser é justamente aquilo que nos cura.
O desprezível em
si e nos outros, todo comportamento que abominamos, por mais paradoxo que seja,
é a nossa salvação.
Pense o que
detesto em mim e nos outros? O que eu digo que nunca faria?
Pois ai está o
seu eu ferido!
Esses são
aqueles comportamentos e crenças que nossa família nos ensinou a reprimir.
Em nossa
infância, para ampliarmos nossas chances de sobrevivência e conseguirmos aprovação,
é necessário negar algumas atitudes, alguns traços de personalidade. Esses
traços negativos tornam-se aquilo que chamamos “o eu reprimido” as partes do
falso eu que são demasiado dolorosas para serem reconhecidas:
Isso é nossa
sombra pessoal, que nos assusta, que causa terror, medo, angustia.
Ela nos assusta,
pois revela-nos quem de fato nós somos. Por isso gastamos tanta energia para
mantê-la oculta.
Nós negamos esse
lado negro com todas as nossas forças, ou então projetamos esse comportamento
sobre os outros.
Não somos o que
pensamos ser, nosso ego nos ilude, criando a ilusão de sermos bem polidos,
iluminados e respeitáveis.
Mas é a sombra que
nos da à dimensão humana, que escancara a realidade, que coloca nossos pés no
chão. Mas que também esconde potenciais ocultos, tesouros inestimáveis que
foram desprezados.
É um remédio
amargo e necessário!
O conceito da
sombra e sua assimilação me remetem à flor de lótus que nasce da lama, mas não
se contamina, florescendo linda e bela.
Aceitar,
compreender e integrar o lado sujo e enlameado da alma humana é fazer o
trabalho sujo.
Nossa sociedade
nega o mal, nos faz viver de aparências. Mas somente quando decidimos limpar
nossa própria fossa é que a alma pode florescer.
Do esterco pode
nascer flores belíssimas, do esterco se faz adubo.
“Todos querem o
perfume das flores, mas poucos sujam as mãos para cultiva-las.”
Augusto Cury
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