As Moiras e o destino humano
Por: Hellen Reis Mourão
Na
mitologia grega as três Moiras, são as Deusas do Destino. Elas são personificação
do destino individual de cada ser humano neste mundo e dos deuses também.
São
originalmente, filhas da Noite (Nix) e concebidas sem pai.
Eram
em número de três e se chamavam Cloto, Láquesis e Átropos, tendo cada uma
função específica.
Cloto
era a fiandeira, Láquesis a mediadora e Átropos a cortadora.
Dentro
de uma caverna elas teciam o fio da vida de cada homem em uma roda e nenhum
outro deus poderia interferir em seu trabalho, nem mesmo Zeus ousava se colocar
entre elas.
As
voltas da roda posicionam o fio do indivíduo em sua parte mais privilegiada (o
topo) ou em sua parte menos desejável (o fundo), explicando-se assim os
períodos de boa ou má sorte
de todos, sem exceção.
Conforme
Junito Brandão no livro Mitologia Grega, vol1:
Originariamente, cada ser humano tinha a sua moîra,
a saber, "sua parte, seu quinhão", de vida, de felicidade, de
desgraça.
Impessoal e inflexível, a Moîra é a projeção de uma
lei que nem mesmo os deuses podem transgredir, sem colocar em perigo a ordem.
No
Tarô Mitológico, de Juliet
Sharman-Burke e Liz Greene, o trunfo da Roda da Fortuna é representado
pelas três Moiras.
A
Roda da Fortuna é uma carta que simboliza os ciclos sucessivos da vida humana,
como o movimento de ascensão e de queda. Assim como os pares de opostos
presentes na existência humana como o bem e o mal, alegria e tristeza, vida e morte,
o negativo e o positivo.
É
uma carta de movimento, de mudança brusca de vida. Mudança essa desconhecida
pelo sujeito.
Existe
uma lei misteriosa que atua dentro de cada indivíduo que, por sua vez,
determina as súbitas mudanças de vida tanto positivas como negativas, alterando
todo o padrão de vida de cada um. E nem os deuses possuem o controle sobre isso
(lembrando que nem Zeus ousava desafiá-las!).
Portanto,
esse arquétipo vem nos lembrar que nós não possuímos controle sobre tudo em
nossas vidas e muitas vidas uma tragédia nos acomete sem nenhuma explicação. É
simplesmente o destino. Estamos na posição mais baixa da roda.
Para
o ego, acostumado a buscar explicações para tudo, é extremamente desconfortável
admitir isso, pois somente nos damos conta de sua atuação por meio dos
elementos externos, que chamamos de destino.
Esse
arquétipo, portanto, nos remete à vivência de um outro que mora dentro de nós e
que escolhe ir em direção a várias situações, pessoas e caminhos.
Aceitar
esse outro e lembrar que ele faz parte de nós mesmos nos trará paz mediante as
mudanças súbitas que se configurarão em nossas vidas. Afinal o destino não vem
ao nosso encontro, somos nós que vamos ao encontro dele!
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