Cronos e a passagem do tempo
Por: Hellen Reis Mourão
Cronos
é a divindade suprema da segunda geração de deuses da mitologia grega,
correspondente ao deus romano Saturno.
Deus
da agricultura e também símbolo do tempo.
Casou-se
com sua irmã Réia e com ela teve seis filhos: Deméter, Héstia, Poseidon, Hades,
Hera e Zeus.
Seu
pai Urano, tão logo nasciam os filhos, devolvia-os ao seio materno, pois tinha
medo de ser destronado por um deles. Gaia, então resolveu libertá-los e pediu
aos filhos que a vingassem e libertassem do esposo. Todos se recusaram, exceto
Cronos, que odiava o pai. Gaia, então lhe entregou uma foice e quando Urano se
deitou, à noite, sobre a esposa, Crono cortou-lhe os testículos e os jogou no
mar.
Com
isso, após expulsar o pai, Cronos toma seu lugar.
Temendo
uma profecia segundo a qual seria tirado do poder por um de seus filhos, ele
passa a engoli – los ao nascerem. Assim comeu todos seus filhos exceto Zeus,
que Reia conseguiu salvar enganando Cronos.
Grávida
de Zeus, Réia fugiu para a ilha de Creta e lá, secretamente, no monte Dicta,
deu à luz o caçula. Envolvendo em panos de linho uma pedra, deu-a ao marido,
como se fosse a criança, e o deus, de imediato, a engoliu.
Quando
Zeus cresceu, iniciou uma longa e terrível guerra contra seu pai Cronos,
solicitando para esse feito o apoio de Métis
- a Prudência - filha do Titã Oceano. Esta ofereceu a Cronos uma poção
mágica, que o fez vomitar os filhos que tinha devorado.
Zeus,
então o expulsou do Olimpo, banindo-o com seus titãs aliados para o Tártaro,
lugar de tormento, depois de uma guerra de dez anos que ficaria conhecida como titanomaquia. E assim como o pai
simbolizava o tempo, ao derrotá-lo, Zeus
tornou os deuses imortais.
Como
arquétipo, Cronos representa a passagem do tempo, a velhice, as tradições. Nele
encontramos as limitações da vida mortal.
É
natural que um soberano com a idade seja substituído por um de seus filhos,
entretanto Cronos não aceita bem a passagem do tempo e a perda da fertilidade e
do poder, por isso engole seus filhos.
Ele
somente encontra a sabedoria na velhice, quando é inevitavelmente expulso por
Zeus e se torna um deus agrário. Porém isso ocorre de uma forma amarga.
Cronos,
portanto representa o corpo físico, que envelhece de forma inexorável e ao
mesmo tempo se rebela contra seu destino fatal.
Esse
arquétipo nos diz que devemos aceitar nossa condição mortal e isso se dá por
meio da separação dos pais e da infância. Aceitar a maturidade nos traz sabedoria.
Somente assim podemos parar de fantasiar que virá alguém como num passe de
mágica transformar a nossa vida em um aconchego eterno. E então, passamos a
assumir a responsabilidade dos nossos atos e escolhas. A maturidade do espírito
faz com que diminuamos as projeções.
Nosso
lado adolescente, que não quer “crescer” irá se rebelar, porém, se aceitarmos
isso poderemos evitar muitas amarguras e descontentamentos e então iremos
encontrar a sabedoria.
Muito bom.. gostei de saber.
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